30/03/07

Velhas e Morangos...

Local: Café.
Hora: 14:15.
Personagens: Eu, uma velha, mais uma velha.

Estava eu a tomar o meu café, quando, a televisão passa um anúncio aos Morangos com Açúcar. Duas senhoras já de idade, que também estavam a tomar o seu cafézinho, comentam uma com a outra:
- Você tem visto isto?
- Os Morangos?
- Pois...
- Tenho, tenho.
- Isto tem sido um espectáculo.
- Tem sido uma escola de actores.
- E olhe que tem saído dali músicos e grupos maravilhosos!
- É verdade.
- Maravilhosos!
- É verdade.
- Maravilhosos mesmo!

Ora... vamos lá ver. Humm, portanto... Ah! Pois... nem vale a pena comentar.

29/03/07

Para ti...

Para ti, que tens o poder de paralisar o sol...

Estou sentado no banco de um jardim.
O sol vai e vem, vem e vai. Faz vento.
Eu... espero. Espero por ela. Ela.
Não é uma qualquer. É ela.
Finalmente, chega. O sol paralisa.
Será por ela ter chegado?

28/03/07

Um Corte...

Hoje cortei-me no dedo. Começou a esguinchar sangue. Fez-me lembrar uma qualquer cena de um qualquer filme do Quentin Tarantino.

23/03/07

Está a chegar ao fim...

The Sopranos. É assim o nome da melhor série de TV de todos os tempos. Em Abril, chega ao fim. Estão quase a chegar os últimos episódios da série mais marcante de sempre. Vamos ter saudades. Abaixo, fica o spot televisivo que a HBO está a passar para promover os últimos episódios da saga dos mafiosos.


17/03/07

Disco da Semana - Patrick Wolf


Patrick Wolf - The Magic Position

15/03/07

Livro de Saramago em filme de Hollywood

O brasileiro Fernando Meirelles (realizador de Cidade de Deus e Fiel Jardineiro) vai adaptar o livro "Ensaio sobre a Cegueira" de José Saramago para o cinema. A grande novidade é que o filme vai ser produzido pela Focus Feature Internacional e vai ter no elenco Daniel Craig (oo7: Casino Royal) e Julianne Moore (The Hours; Children of Men).

13/03/07

A Tragédia da Mulher

«A mulher acordou. Ficou sentada na cama. Triste, pensou. Pensou no que lhe havia acontecido no dia anterior. Tragédia. 
É assim a única palavra que pode descrever a situação. 

A mulher era completamente normal, igual a qualquer outra pessoa. Com uma vida idêntica a qualquer uma. Tinha um amor. Tinha uma amiga. Tinha um amigo. Tinha Pai e Mãe. Estava completa. Estava.
Porque o que lhe aconteceu, iria mudar para sempre o resto da sua vida. 
Agora, ela ainda não consegue perceber realmente o que aconteceu. 
Não está em sí. Sente-se quase como petrificada. Mas quando o gelo que a cobre, se dissipar... Ela então vai perceber. Vai caír na realidade. Irá ficar ainda pior. Sentir-se-á no abismo. Sentir-se-á como se a vida não fizesse mais sentido. Estará condenada á dor.»


Um excerto dum conto que estou a escrever e que, quando finalizado, o publicarei aqui neste blog.

10/03/07

Citações (4)

«Pensamento: Porque mata o homem? Mata por comida. E não só por comida: frequentemente por uma bebida também.»
- Woody Allen

"Cortados"

Conheci-te. Adorei-te. Sofri. Chorei. Sorri. Magoei-me. Chateámo-nos mil vezes. Fizemos as pazes mil vezes. Fomos amigos. Juntos, passámos os melhores momentos. De repente, ficaste estranha. Começaram os problemas. Nada mais foi igual. Não estavas igual. Cortámos relações. Morro por dentro mas é necessário. É melhor assim. Tenho pena. Pensava que íamos ser amigos para sempre. Afinal não. É triste. Mas eu não aguento. Ás vezes parecíamos dois namorados. Discutíamos mas não sabíamos viver um sem o outro. Quer dizer, pelo menos eu não conseguia viver sem ti. Tu, talvez consigas. Também nunca soubeste dar valor é pessoa que tinhas. Morro por dentro, morro.

Tenho esperança que um dia voltes a mudar! A ser o que eras! És capaz? Perdi-te. Perdeste-me. Chega! Estou farto. Adeus, até um dia. Morremos assim. Cortados. Feridos.

Disco da Semana - Arcade Fire


Arcade Fire - Neon Bible

07/03/07

Powder Keg (2001)

O realizador Alejandro González Iñárritu (Amores Perros; 21 Grams; Babel) é actualmente um dos meus favoritos. Depois de ter realizado a sua primeira obra Amores Perros, ele fez uma curta-metragem para uma série promocional da BMW. A curta chama-se Powder Keg e conta no elenco com Clive Owen. Vejam aqui:


Se preferirem fazer o download do filme numa versão em QuickTime com melhor qualidade de imagem e som cliquem aqui. O ficheiro tem 150Mb.

06/03/07

A Morte...

A Morte. O que é? Como é? Onde é?
Como será a morte? Não falo na maneira de morrer, mas sim no lugar onde iremos parar. Alguns chamam-lhe o inferno. Partindo do princípio que sim, que é no inferno, como é o inferno? Será um lugar onde tudo está em chamas? Onde tudo arde? Onde pequenos diabos, servos de Satanás, nos torturam? Afinal onde fica a morte? No céu não é. É no inferno. Diz-se que quando morremos vamos para o inferno. Então mas se o céu é lá em cima, o inferno é onde? Cá em baixo? Acho que não pode ser. Então só se o inferno ficar acima do céu.
Como se de um segundo andar se tratasse. Uma espécie de hotel. Os que se portam bem ficam no piso do céu. Os que se portam mal, ficam no piso do inferno.

Mas como todos nós cometemos pecados na vida, e como quem comete pecados vai para o inferno, vamos todos para o inferno. O piso do Lúcifer. Ora, se todos vamos para o inferno, será que o hotel não estará já cheio? Não estará já o piso do inferno a abarrotar de gente? Tenho medo que comecem a recusar a entrada dos mortos. Vamos cá ficar todos, na terra, vivos! Será que corro o risco de morrer, chegar lá e dar com uma tabuleta na porta a dizer: "O Piso do Inferno excedeu a sua capacidade de ocupação. Por favor ressuscite. Obrigado. A Gerência". Tenho medo. Medo que não me aceitem. Se calhar o melhor é ficar por cá, na terra, vivo. É que se chego lá e eles não tem lugar para mim, sou obrigado a ressuscitar. E isso deve dar um trabalhão. Porque eu nem sei como se ressuscita. Será que tenho de me dirigir a um Notário e pedir uma declaração qualquer que me permita recuperar
a minha identidade de vivo? E como será com as filas de espera?

Enfim... morrer deve dar trabalho.
Obrigado, mas não.

05/03/07

So Here We Are & Fragmentos

Para ler ao som de:

Bloc Party - So Here We Are

A minha vida, ainda que curta, tem sido bastante longa. Posso até dizer que os meus últimos tempos têm sido vividos duma forma fragmentada. Exactamente. Tem sido uma vida fragmentada e cronologicamente baralhada.

Fragmentos duma vida que tem sido vivida no embrulho da confusão e do sofrimento.
Pedaços que se julgam já estarem desfeitos mas que se reconstroem e regressam.
A vida ás vezes é tão igual. Sempre a mesma rotina. Hoje vivo fragmentos que parecem idênticos aos de ontem. Nunca sentiram isso? Parece que o tempo anda para trás e para a frente mas que no fundo vai parar sempre ao mesmo sítio. Ao mesmo fragmento.

Nos meus últimos tempos tenho vivido sempre com uma cara triste, com o sorriso apagado e com um interior em sofrimento. Sofrimento de tanta coisa. De tanto sentimento. De coisas que não se explicam nem sabemos porque acontecem. Mas o que é facto, é que elas acontecem. As coisas. E sofro. Ou melhor, sofria!

É isso mesmo. Sofria! Porque agora... agora, as coisas vão mudar. Estão a mudar. Farto de ser pisado por alguns, farto de alguns não me darem valor, cheguei ao fundo. Bati no fundo. Mas quando se bate no fundo, e já não se pode descer mais, só temos uma solução: subir.

Para quê continuar nesta tristeza? Não vale a pena. Nós temos capacidade para mudar as coisas. A única coisa que não se muda é a morte. Então, hoje de manhã acordei deprimido como em outra qualquer manhã. Tomei o meu duche. Tomei o meu pequeno-almoço. Apanhei o autocarro para as aulas. Coloquei os phones do MP3 nos ouvidos. Uma música tocou. Não sei porquê, nem sei bem como, mas essa música fez-me 'abrir' os olhos. Fez-me pensar. A música trouxe-me esperança, sei lá! 
E depois pensei: «Se calhar, até nem vale a pena continuar nesta merda.
Vou mas é ser como era dantes. Louco, sorridente, divertido».

Quando saí do autocarro, pisei o chão e caminhei pela rua ao som do "So Here We Are" (a tal música) foi como se eu tivesse rejuvenescido. Estou de volta! O velho mas bom João.

E o que quero explicar com isto, é que se já se sentiram no abismo, não queiram por lá ficar.
Só precisam de força de vontade para mudar as coisas. E as confusões da vida desaparecem.

A Vida é Isto. So Here We Are.

04/03/07

Gosto e Não Gosto...

Para lêr ao som de:

Aimee Mann - Wise Up
(basta clicar no 'play')

Gosto de amar.
Não gosto de sofrer.
Gosto de me apaixonar.
Não gosto de não ser correspondido.
Gosto de escrever.
Gosto de ler.
Gosto de ver.
Não gosto de perder.
Gosto de me perder por amor.
Não gosto de me perder.
Gosto de mar.
Gosto da cidade.
Gosto da noite iluminada pelas luzes da cidade.
Não gosto de fumo.
Não gosto de mentir.
Não gosto de quem mente.
Gosto de falar.
Gosto ainda mais de conversar.
Gosto de sorrir.
Gosto de rir.
Gosto de sair á noite.
Gosto de sair á noite com os amigos.
Gosto dos meus amigos.
Gosto ainda mais dos meus inimigos.
Não gosto da dor.
Não gosto de vinho.
Gosto de café.
Gosto de tomar café.
Gosto de música.
Gosto de cantar.
Não gosto de violência.
Gosto de mulheres.
Gosto de licor.
Gosto de ser infantil.
Não gosto de ser infantil.
Não gosto do cheiro do tabaco.
Gosto do cheiro das revistas.
Gosto de cinema.
Gosto ainda mais de fazer cinema.
Gosto de realizar.
Não gosto de representar.
Não gosto de pessoas falsas.
Gosto de livros.
Gosto de observar.
Não gosto de ser observado.
Gosto de observar pessoas.
Não gosto que as pessoas me observem.
Gosto de abraçar.
Gosto que me abracem.
Gosto de beijar.
Gostava de a poder beijar.
Não gosto de racismo.
Gosto de paz.
Não gosto de trabalhar.
Gosto de trabalhar naquilo que me dá gosto.
Não gosto de chuva.
Gosto de olhar pela janela enquanto chove.
Gosto de sol.
Gosto de vento.
Gosto de me emocionar.
Gosto de chorar.
Gosto ainda mais de chorar a rir.
Gosto de emocionar os outros.
Gosto de fazer rir.
Gosto de fazer sorrir.
Gosto que me façam rir.
Não gosto de fazer alguém sofrer.
Gosto de dar prazer.
Gosto de lazer.
Gosto de jantar.
Gosto de jantar acompanhado.
Gosto de beber.
Gosto de beber com os amigos.
Gosto das minhas amigas.
Gosto de dar apoio.
Gosto que alguém me dê apoio.
Não gosto que tenham pena de mim.
Não gosto de traição.
Não gosto do frio.
Gosto de dormir.
Não gosto de acordar.
Gosto de cozinhar.
Gosto de provar.
Gosto de coisas novas.
Gosto ainda mais das coisas velhas.
Gosto de ficar acordado até tarde.
Não gosto de me levantar cedo.
Gosto de saber onde estou.
Não gosto de ir para onde não sei que vou.
Gosto de arte.
Gosto de ver arte.
Gosto ainda mais de fazer arte.
Gosto de humildade.
Não gosto de gente séria.
Gosto do bizarro.
Não gosto da escola.
Gosto de andar na escola.
Gosto de marcar a diferença.
Não gosto de estar triste.
Não gosto de quem é triste.
Gosto de alegria.
Gosto da loucura.
Gosto de ser romântico.
Gosto de quem é romântico.
Não gosto de insegurança.
Gosto da água.
Não gosto de ter poder.
Não gosto de quem tem poder.
Gosto de dar um grito.
Gosto ainda mais de dar um grito mudo.
Não gosto da morte.
Gosto de viver.
Gosto de sentir.
Gosto de ser assim.
Gosto do amor.

Agora este Blog...

... é também músical!
Apartir de agora, todos os posts (ou quase todos), virão acompanhados de um tema músical.

Gnarls Barkley - Crazy

02/03/07

Inland Empire

Sempre bizarro, esquesito, diferente. É assim David Lynch e os seus filmes. É a prova de que a arte não é para se perceber, mas sim para ser sentida. Fica o trailer do seu novo filme, Inland Empire:

«Alice» (2005)


Alice é o filme de estreia de Marco Martins e revela-se assim como uma supresa inesperada no nosso mercado cinematográfico. Contém um argumento simples, mas que sabe explorar as tensões e situações interiores de forma a prender a atenção do espectador.

O enredo passa-se á volta do desaparecimento de Alice, mas o filme foca principalmente os sentimentos do pai e a sua maneira de "responder" ao desaparecimento da filha.
Vemo-lo a atravessar uma Lisboa escura e fria, tentando por tudo descobrir uma pista da sua filha através dos seus folhetos e câmaras, isto, perante o olhar indiferente das pessoas por quem distribui os folhetos.

Nuno Lopes é uma das supresas deste filme, no ponto que nos consegue fazer sentir o vazio e sentimento de perda de Mário. Tal como Beatriz Batarda que apesar de ser uma personagem secundaria, tem o papel da mãe, o lado feminino e mais fragil, e desamparada pela vida. É de realçar a cena do ataque de histerismo de Luisa, onde nos é transmitida uma clara e violenta imagem de dor.

As imagens de Lisboa são todas num tom azul de desespero e a banda sonora de Bernardo Sasseti é bastante triste e bem inserida, estas duas coisas em conjunto funcionam suberbamente bem.
O filme dá-nos então uma variedade de sensações e sentimentos que nos penetram por completo.

Nota 1: Texto publicado no meu antigo blog de Cinema.
Nota 2: A RTP1 irá passar o filme neste domingo por volta das 23:45h.

Disco da Semana - Bloc Party


Bloc Party - A Weekend in the City